quarta-feira, 29 de junho de 2011

Já é hora!

Somos skald, guerreiros, magistas. Somos um povo.

Sem rosto? talvez o rosto esteja apenas se formando, mas temos um só coração.

Por anos e anos ficamos presos. Mas ninguém nos prendeu.

Nós mesmos nos deixamoslevar. Pela sociedade, pelo dogmatismo religioso.

Aí decidimos nos libertar.

Saímos da primeira prisão, adentramos nos misteriosos umbrais que separam a tida religião comum e única, para entrar em salões mais aprazíveis ao nosso peito furioso.
Salões similares ao que encontraremos depois da pira funerária.

Mas então, muitos de nós, decidem-se dar a uma nova prisão.

A prisão de uma luta infundada. Lutar contra o que nos aprisionava no passado.

E assim, cegamente, nos entregamos a isto. Somos novamente prisioneiro.

Queremos enfiar na cabeça de nosso antigos carrascos as nossa crenças. Mostrar-lhes que há verdade no que proclamamos como nosso coração. Queremos enfiar-lhes na mente todos nossos novos conceitos, tudo aquilo que brilha forte.

Acabamos por tornarmos iguais a eles. Conversores. Missionários.

Idiotas.


Esqueçamos a conversãode uma vez por todas.

Nos dediquemos a nós. Sem falsos altruísmos. Atentemo-nos aos nossos desejos básicos para podermos alcançar um novo patamar de consciência. A de estar satisfeito, para assim poder usar nossa força sobressalente em favor de nossos semelhantes.

Sejamos egoisticamente humanitários.

Pergunte para si mesmo.

O que posso fazer por mim?

Apenas em seguida veja o que pode realizar para um irmão de kindred.

E siga a sequência.

o que podemos fazer para o nosso kindred crescer?
depois, oque podemos fazer pelo kindred aliado?
o que podemos fazer pelo asatu Brasil?
o que podemos fazer pelo Asatru mundial?

Responda de forma prática. Com uma ação.

Faça com que a primeira pergunta seja respondida e realizada no mesmo dia, do dia em que você ler este texto.

Um Viking, um Asatru, um Odinista, seja qual for a nomenclatura, tem de ser um homem ou mulher de ação.

Calcula-se apenas um segundo, e então se mergulha.

Sem hesitação.


Então, repito.


O que você pode fazer por si mesmo?

Já é hora!









"...Rápido deve alçar-se o que tem planos na terra ou vida de outros:
A presa escapa do lobo prostrado. O dormente raramente é vitorioso..." (Havamal, Verso 58)

Wassail Viajantes!

domingo, 26 de junho de 2011

No fim do Yule...

...a fogueira já se apagando, o salão com as marcas do festejo.
Tudo ali era uma total destruição que, nem de longe, lembrava
qualquer outro evento que não o festival de Asatru.

A tigela de oferendas intacta, as velas no final, o cheiro de comida.
E todos, ou quase, dormindo. Uns em redes, outros nos colchões, com cobertores grossos, devido ao vento gelado que soprava.

SKaði finalmente chegara, e veio furiosa, como alguns deles sabiam que viria. Não era o Fimbull, mas estava bem próximo disso. Ainda assim, naqueles rostos roncadores, havia um sorriso de satisfação, de alegria por ter completado mais um rito, mais uma passagem.

Quando o sol decidisse aparecer, se de fato faria, não encontraria nenhum olho aberto, nenhuma comida.

Apenas as cinzas voando com o vento forte.

Espalhando tudo que eles haviam feito e refeito na noite anterior.

E tudo, sem exceção, estava renovado.

Pelo inverno, pelos kinsmenn....

Pelos ventos do norte.

sábado, 25 de junho de 2011

Quando o folk se reune...

...Tudo estava pronto para o Yule. A comida preparada
a bebida gelando na caixa térmica e os materiais de rito todos postos.
Só que mais importante. O folk estava reunido.

Cada um com sua função.

O skald, mexendo no som, para arrumar a lista de músicas para o rito.
Seu conhecimento de ritmo e como ele afetava as pessoas, sempre
fora essencial para um rito mais marcante.

A valquíria, louca com o atraso de alguns de seus ajudantes, corria
de lá pra cá, abençoando as bebidas, colocando mais gelo, e vendo
a quantidade de copos.

O thyle apenas olhava, ajudando de vez em quando a Valquiria
e o skald a arrumar os últimos detalhes de suas respectivas tarefas.



Enquanto isso, o godhi estava em profunda meditação. Respirava calmamente, fazia o galdr de Isa para acirrar sua concentração.


Tudo corria como planejado, tudo, apesar de aparentar desordem,
seguia seu ritmo frenético. As folhas penduradas, a fogueira prestes
a ser acesa, as velas, as tochas.


Quando a música começou a tocar, o povo todo parou e se olhou.
O Yule não estava mais vindo, o Yule estava presente.

E naquela noite fria, de um frio que não havia sido anunciado
pelos meteorologistas, era como se, por alguns instantes, cada
um daqueles fosse o espírito dos seus mais antigos antepassados.

Aquele era o verdadeiro clã, finalmente.

Prestes a morrer.

E renascer.

Pois assim é o Yule...

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A música e Canção de Yule/Jól

A religião é um encontro em si mesmo. É olhar para dentro do seu coração e encontrar respostas, renovação, força. Buscar as virtudes e alegrias naquilo que chamamamos de eu.

E, nestas condições, precisamos, pouco a pouco, através da religião, mas sem necessariamente buscar dogmas, buscar o idioma da alma.


Dançamos, lutamos, lemos e estudamos através dela. E, tudo, digo realmente, tudo, está ligado a música. Ao ritmo.

Andamos em ritmo, comemos em ritmo, lutamos em ritmo.

É a linguagem mais profunda, a que nos leva ao extase e, por consequencia, a nós mesmos, ao nosso verdadeiro eu.



Por isso, nada melhor do que a música para encontrarmos o divino.


Aqui, uma canção de Yule/Jól, para que cada um, em cada lugar, encontre em si as respostas.





Canção de Yule (Autor: Ewerton Goulart/Skavis Wodenssigr)


"Perto do Final
Do mês de Junho
Há sempre a noite
Mais escura do ano

Que anuncia o inverno
No hemisfério sul do mundo
Unindo os deuses
E o ser humano

E quando o sol
Vai embora
O folk então
Se reune

Pois já é
Chegada a hora
De comemorarmos
O Yule

Refrão:

Celebrar!
Celebrar!
O Yule nós iremos
Celebrar!"




Aqui, um link para a gravação a capela da música.

http://www.4shared.com/audio/jihum4F5/Yule.html

Wassail Viajantes!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Pão de Yule

Já que estamos em pleno Yule/Jól, nada melhor do que falar de uma das atividades
mais prazerosas num rito. A comida! (rs)
No kindred local (o Cães de Guerra/Striðshundar) geralmente variamos bem, e há algumas tradições internas.

Uma que foi acrescentada a pouco foi este pão delicioso



O nome verdadeiro dele é "laufabrauð" (que significa em islandês, "pão-folha"), mas eu apelidei carinhosamente de Pão de Yule. É típico de inverno e das comemorações de final de ano na Gelolândia (mais conhecida como Islândia).

A receita é muito simples de fazer e, por isso mesmo, decidi dividir com vocês, para que experimentem esta iguaria.


Receita de Pao de Yule

1 kg de farinha
30 grama de açucar
1 colher de sopa de fermento
1 colher de sopa de sal
500-600 ml de leite, morno (fervido)
1 colher de sopa de manteiga
Gordura pra fritar

Misture os ingredientes secos. Aqueça o leite ate ferver e derreta a manteiga nele. Despeje nos ingredientes secos e misture bem. Sove ate conseguir uma massa densa. Faca rolos no formato de salsichas e reserve sob um pano ligeiramente umido. Corte pequenos pedacos e abra a massa com rolo de macarrao. Estes paes sao tradicionalmente bem finos. Uma boa forma de asber se a massa esta realmente fina o suficiente e ver se voce pode ler algo atraves dela do jornal local. Corte-a em formato circular, usando um prato de tamanho medio para acertar a medida. Se voce tiver que guarda-las sem fritar, armazene-as entre papel manteiga, ponha em filme e refrigere. Decore do jeito que quiser




Aproveitem e, tratem de mandar comentários para quem mais testar a receita. Eu já testei e aprovei, e todo meu kindred. Vamos ver vocês!!!

Wassail!

Do princípio

Não somos revoltados.

Nós somos a própria revolta.

Só que mas do que isso, não vamos apenas contra. Estamos estabelecendo algo novo, Duradouro, contínuo.

Aqui haverão muitas palavras.

E que estas palavras sejam o início das atitudes.


Wassail!