quinta-feira, 21 de julho de 2011

Parte final

E enfim, os enfins. Espero que apreciem o texto como um todo e que ele sirva de auxílio como serve para nós do "Cães de Guerra".



4) Alimentação

Caso a comida e a bebida tenham sido preparadas e trazidas prontas, há pouco o que se dizer. Apenas o reforço, neste caso, o dimensionamento. Existem muitos sites que possuem informações de quantidade das comidas mais comuns pela quantidade de pessoas. Arroz, carne, saladas e etc. No fim, vale muito bem o bom senso, porque, assim como não podiam deixar de ser, estes valores são em média, mas ninguém melhor do que um membro do grupo para saber o que seu grupo suporta e necessita de alimentação. Alguns sites estarão indicados no fim do texto.

Caso não venha tudo preparado, há outras questões a se pensar.

Comida, de uma forma geral, é feita no fogo. Seja de fogão ou de churrasqueira. Então, sendo assim, serão necessários um ou ambos. Para fazer a comida no fogão, precisa-se também de fósforos (para acendê-lo), panelas (para preparo), colheres (para mexer a comida no fogo), panos (para mudar panelas de lugar, levá-las a mesa, limpar sujeiras acidentais e comuns).

Para a churrasqueira, carvão, geralmente alcool para acender, ou papel de jornal velho embebido em óleo. Espetos, sal grosso (ou outro tempero), e uma forma, ou tábua, para preparar a carne.

Este são os utensílios básicos, tipos de comidas específicos requerem instrumentos mais específicos.

A bebida precisará ser preparada (batidas, drinques e etc) e armazenada (um refrigerador, caixas térmicas e etc).

Após tudo feito, pronto para o consumo, são preciso de utensílios também para isto.

Para consumir, pratos, talheres, descansos para panelas, copos (e provavelmente chifres de beber), guardanapos.

5) Dormir

Como muitas vezes o local onde se realizam ritos é longe, geralmente há a situação de os participantes dormirem para irem embora outro dia. Ou, talvez, seja um evento prolongado, que se estenda por mais de um dia.

Em ambos os casos há a necessidade do lugar para dormir. Aqui há uma pequena e possível alteração no dimensionamento inicial. Nem sempre todos que participaram do rito ficaram para o outro dia. Muitos podem ir embora. Neste caso, o dimensionamento tem que ser refeito para saber (com antecedência) qual é o número de pessoas que dormirão no local.

Com este número ha que se calcular a quantidade de colchões, redes, barracas para abrigar a todos. Leve em consideração que, caso haja, um casal de namorados ou marido e mulher podem dividir o mesmo leito.

Roupa de cama sempre é necessária e, por experiência, o melhor conselho que posso dar é que cada um que for dormir leve a sua. Isto inclui lençol, cobertor (Solstício de Inverno é uma forma de lembrarmos que onde há o calor há também o frio) e travesseiro são geralmente suficientes.

5) Limpeza

Após toda a realização, deixamos marcas onde passamos. Algumas são apenas emocionais, mas sabemos muito bem que as materiais são bem claras. Por isso, para podermos utilizar o local mais vezes, devemos deixá-lo como estava antes ou, no mínimo, o mais próximo disso.

Costumeiramente, esta limpeza final é mais demorada do que a de preparo pelo simples fato de que, após o evento acontecer, existe muito mais probabilidade de sujeiras mais duradouras. Bebidas que derramam, comida que se espalha, molhos grudentos, mais poeira.

Por isso é essencial que produtos de limpeza sejam levados.

Panos de chão, rodos, baldes e vassouras são básicos. Detergente em pó, as vezes pinho, água sanitária, são produtos que acabam sendo muito úteis neste derradeiro ato.

Usar todos e dividí-los entre os setores do local para realizar a limpeza é uma boa idéia para descarregar o trabalho que, muitas vezes, é chato pela demora e pelas miudezas.

Lembrem-se, a sujeira nem sempre são manchas. Catar latinhas, papéis, bitucas de cigarro e outras coisas mais deste tipo, fazem parte da limpeza completa e do ato de deixar o local que utilizamos tão cuidadosamente para nossos ritos em perfeito estado.


E, por hora, é só. Espero que estas pequenas e simples dicas sejam de grande valia para facilitar e tornar o rito de vocês mais organizados e tranquilos no quesito de evento.

Organizar um rito é algo extremamente simples. Por mais que pareça, a princípio, um conjunto grande de decisões a serem tomadas, elas vem em escala. Não decida tudo de uma vez. Existem outras pessoas que podem ajudar, não tente fazer tudo sozinho! Delegue funções. Afinal de contas, a Groelandia não foi conquistada por apenas um viking não é mesmo?

De qualquer forma, divirta-se. Os conselhos aqui são para facilitar sua vida. Se os conceitos e as práticas complicarem mais o que você já fazia, abandone-os e siga o que você sabe. A qualidade da experiência pessoal NUNCA vai ser substituída pela de outra pessoa.





Bibliografia complementar:

Como prometido, alguns poucos sites para ajudar em certos cálculos.

http://www.noivasonline.com/quantidades.htm - Este é site de organização de casamentos, mas muitos dos cálculos servem pra qualquer outro evento.
http://www.tudoparasuafesta.com.br/princ/rev_gastr/aliment/quantid.htm - Tabela relacionando comida e quantidade de pessoas



Wassail Viajantes!!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Organizaçãode Ritos - 2ª parte

Como prometido, a segunda parte.


2) Transporte

Há, geralmente, dois tipos de locais comuns aos ritos pagãos. Algum lugar afastado da cidade ou casa de um dos membros do grupo. É muito frequente em eventos pagãos a realização deles em locais mais próximos da natureza. Sítios, chácaras, fazendas, pousadas.

Pela próprias características religiosas dos neopaganismos. Neste casos o transporte é uma questão crítica. Parte da obrigação de realizar um evento num lugar distante e, geralmente, estes locais são, é preparar uma boa forma de transporte.
Há que se pensar inicialmente em como será realizado.

Cada um achará o transporte por si? Neste caso, providenciar um mapa bem explicativo do lugar é essencial. Será bom até mesmo para outras
opções.

Será feito um comboio de transporte? Este é um caso importante.

Estou usando o termo de comboio de transporte para indicar a situação em que algumas pessoas possuam carros e estejam dispostas a levar mais pessoas com eles. Neste ponto, muito comum, o dimensiosamento é essencial para que possa ser feita a divisão das pessoas entre os carros e, nesta divisão, o rateamento do combustível.
O cálculo básico pra auxiliar no rateamento é simples.


Primeiro calculamos a quilometragem de distancia entre o local em que todos subiram bordo e o local onde vai ser realizado o rito. Depois disso, que é função do dono do carro, verifica-se o gasto de combustível. Cada carro faz uma quilometragem por litro. Geralmente ela gira em torno de 10 km /litro mas varia de carro para carro. Com este valor multiplicado pelo preço do litro do combustível (gasolina, alcool)
tem-se o valor total da ida.

Lembrem-se, o valor total do gasto de combustível tem que ser levado em conta a distância de ida e volta, ou seja, tecnicamente falando, o dobro.
Daí, basta dividir entre os que irão ser transportados.

3) Organização do local

Os participantes chegariam ao local. E agora?

É hora de ver a parte organizacional de móveis, dos utensílios que serão utilizados, seja no rito, propriamente dito, quanto para preparação e consumo
da comida e bebida.

É possível que seja necessária uma limpeza básica antes de iniciar a mobilizar os móveis. Geralmente vassouras, as vezes panos úmidos, dão conta do recado. Talvez esta seja a primeira atividade necessária, então é uma boa idéia organizar a todos para cumprirem esta etapa em cada parte do lugar onde será realizado o rito.

Sempre serão necessárias mesas e cadeiras. Sempre! Mesmo que o rito seja realizado no, digamos, "meio do mato", haverá o momento de comemoração que o ideal é ser feito com um banquete em mesa e cadeira. Não necessariamente precisam ser as mesmas de casa. Podem ser tronco, cadeiras de metal de festa. O material em si não importa.
O mais importante é a quantidade, novamente puxando da dimensão que calculamos.
Mesas de metal comportam geralmente quatro pessoas. Lado a lado, formando uma grande e unica mesa, servem para mais ou menos as quatros pessoas, só que
um pouco mais apertado, lado a lado. As cadeiras não precisa-se nem falar não é mesmo?

Em relação aos materiais para o rito, é sempre útil deixa-los separados no local. Velas, “tigelas de oferendas”, o martelo (no caso do Asatru) e uma porção de elementos necessários para a parte religiosa....

terça-feira, 19 de julho de 2011

Organização de ritos

Muito já foi se falado sobre como deve se proceder em um rito, na parte religiosa. No nosso kindred mesmo, lemos muitas vezes e, de uma forma simples, conseguimos lidar facilmente com os cargos, as atribuições e a "sequência", sempre dando liberdade para a os atos individuais dos membros.

Todavia, havia sempre uma constante. A organização material. Quando digo organização material, estou falando especificamente do que há em comum em todos eventos. Comida, bebida, lugar, transporte e etc.

Então, aqui vão algumas palavras, pequenos auxílios para a realização. Todos frutos de experiência, da boa e velha "tentativa e erro".

Dividi em 3 partes e postarei uma a cada dia.


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Organização para ritos (Parte 1)

A primeira coisa que vou falar é sobre o que este texto não é.

Ele não é um texto religioso, não procura explicar nada em relação a divindades, a ritualística em si. Escrevi este texto objetivando auxiliar na organização de ritos, mas, virtualmente falando, ele pode se estender a qualquer espécie de evento similar aos ritos. E, de forma alguma, resume-se apenas a ritos Asatru.

Com toda a certeza existem livros e mais livros com paradigmas organizacionais mais complexos e mais explicativos que poderiam auxiliar em grandes eventos. O objetivo deste texto é ser simples, direto e atender as necessidades mais básicas.

Aqui estão algumas das idéias e experiências pelas quais eu passei junto ao meu kindred na organização de ritos nossos. Muitas destas idéias podem não funcionar pra todos, mas algumas das noções básicas não mudam e serão de grande valia a qualquer um que leia.

Agora, dito o que foi dito, vamos ao princípio. Primeiro vamos nos entender.
Um rito é um evento.
Simples assim. E como um evento precisa de organização para cumprir seus objetivos. Todo evento, seja de qualquer tipo, religioso, não religioso, asatru, celta, wicca, cristão, possui em uma de suas necessidades básicas um requerimento único: Pessoas.

Não há que se pensar em um rito, um evento que não hajam pessoas. Estas pessoas, para nossos objetivos, podem ser divididas em dois tipos. Os organizadores e os participantes.Os organizadores, de forma rápida e objetiva, são aqueles que trabalham no funcionamento do evento e na sua execução. Os participantes são aqueles fazem parte do evento sem mexer ativamente com a parte organizacional.

Há os mistos também, que participam dos eventos e auxiliam na organização.
O elemento comum é que eles compõe o que eu chamo de dimensionamento do evento, o que nos leva a primeira parte da organização.

1) Dimensionamento

Quando se realiza um evento, a primeira parte que se deve pensar é no dimensionamento. A palavra dimensão aqui quer dizer o "tamanho" do evento em relação a quantidade de pessoas. Tudo será afetado por ele. Então, ao determinar a dimensão, você terá idéia da quantidade de material necessário pra todas as coisas do rito. Comida, bebida, mesas, camas e roupas de cama.


Até mesmo o tamanho do lugar de realização deve levar em conta a dimensão do evento. O cálculo e simples. Apenas conte o número de pessoas. Simples não é?
Lembre-se de ter em mente que a quantidade de pessoas que você tem que calcular é aquela que efetivamente irá ao evento.

As vezes temos de fazer uma média. Nós, por experiência, procuramos fazer os convites e pedir a confirmação mediante
ao pagamento da parte pro evento. Funciona muito bem.

Tendo calculado a dimensão do evento surgem as outras necessidades, que são as necessidades mais claras.
É preciso de um local, da comida, da bebida, da organização para as músicas, do material para o rito propriamente dito e, já que o evento será realizado em um local, observar sobre a questão de transporte......



Wassail Viajantes!!!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Notícias do Skald

Hail meu caro folk.

Em breve estarei postando um texto, que dividirei em algumas partes, sobre organização de ritos. Escrevi este depois de perceber que a parte de organização material é bem "chatinha".

Aguardem!!!!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

As 9 virtudes

Uma forma de falar sobre elas.

Que sejam lembradas e vividas.

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Posso vibrar diante do fogo
Girando nos meus próprios pés
Ardendo por dentro feito louco
Queimando todo o revés

Queima dentro de mim
Tudo aquilo que há de ruim
Traz a morte dos medos
Que me atrasam desde cedo


Que eu enfureça com coragem
Ousando agir certo
Para que assim desperto
Seja o orgulho de minha linhagem

Põe verdade na minha língua
Disposição de ser justo
Pra trazer assim junto
De palavras certas nesta vida

Faz nascer no meu peito
A honra, reconhecer meus valores
E dos outros quando semelhante forem
Fazendo tudo que é direito

Brote em mim a lealdade
Pra que eu me entregue sem restrição
Ao meu povo, aos deuses, a minha nação
Assim sendo sem obscuridade

Faz me reto, disciplinado
Duro comigo mesmo
Com os outros, quando necessário
Fortalecendo a todos sem medo

Então dai-me hospitalidade forte sentimento
Salva guardar os outros em meu lar
Fazendo dele poderoso altar
Quando eles estão fora de seu berço

Mostrai-me o caminho da eficiência
Pagando a vitoria com suor
Vendo neste mundo o que há de melhor
Dentro de mim, ou em minha ausência

Fazei-me auto-suficiente o bastante
Ausentando-me da extrema dependência
Sentindo sozinho, cheio no instante
O espírito sempre em poderosa ascendência

Então faz vir a perseverança
Enxergar os bons objetivos
Pra que passando por obstáculos do destino
Eu seja completo, adulto e criança


Wassail Viajantes!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Já é hora!

Somos skald, guerreiros, magistas. Somos um povo.

Sem rosto? talvez o rosto esteja apenas se formando, mas temos um só coração.

Por anos e anos ficamos presos. Mas ninguém nos prendeu.

Nós mesmos nos deixamoslevar. Pela sociedade, pelo dogmatismo religioso.

Aí decidimos nos libertar.

Saímos da primeira prisão, adentramos nos misteriosos umbrais que separam a tida religião comum e única, para entrar em salões mais aprazíveis ao nosso peito furioso.
Salões similares ao que encontraremos depois da pira funerária.

Mas então, muitos de nós, decidem-se dar a uma nova prisão.

A prisão de uma luta infundada. Lutar contra o que nos aprisionava no passado.

E assim, cegamente, nos entregamos a isto. Somos novamente prisioneiro.

Queremos enfiar na cabeça de nosso antigos carrascos as nossa crenças. Mostrar-lhes que há verdade no que proclamamos como nosso coração. Queremos enfiar-lhes na mente todos nossos novos conceitos, tudo aquilo que brilha forte.

Acabamos por tornarmos iguais a eles. Conversores. Missionários.

Idiotas.


Esqueçamos a conversãode uma vez por todas.

Nos dediquemos a nós. Sem falsos altruísmos. Atentemo-nos aos nossos desejos básicos para podermos alcançar um novo patamar de consciência. A de estar satisfeito, para assim poder usar nossa força sobressalente em favor de nossos semelhantes.

Sejamos egoisticamente humanitários.

Pergunte para si mesmo.

O que posso fazer por mim?

Apenas em seguida veja o que pode realizar para um irmão de kindred.

E siga a sequência.

o que podemos fazer para o nosso kindred crescer?
depois, oque podemos fazer pelo kindred aliado?
o que podemos fazer pelo asatu Brasil?
o que podemos fazer pelo Asatru mundial?

Responda de forma prática. Com uma ação.

Faça com que a primeira pergunta seja respondida e realizada no mesmo dia, do dia em que você ler este texto.

Um Viking, um Asatru, um Odinista, seja qual for a nomenclatura, tem de ser um homem ou mulher de ação.

Calcula-se apenas um segundo, e então se mergulha.

Sem hesitação.


Então, repito.


O que você pode fazer por si mesmo?

Já é hora!









"...Rápido deve alçar-se o que tem planos na terra ou vida de outros:
A presa escapa do lobo prostrado. O dormente raramente é vitorioso..." (Havamal, Verso 58)

Wassail Viajantes!

domingo, 26 de junho de 2011

No fim do Yule...

...a fogueira já se apagando, o salão com as marcas do festejo.
Tudo ali era uma total destruição que, nem de longe, lembrava
qualquer outro evento que não o festival de Asatru.

A tigela de oferendas intacta, as velas no final, o cheiro de comida.
E todos, ou quase, dormindo. Uns em redes, outros nos colchões, com cobertores grossos, devido ao vento gelado que soprava.

SKaði finalmente chegara, e veio furiosa, como alguns deles sabiam que viria. Não era o Fimbull, mas estava bem próximo disso. Ainda assim, naqueles rostos roncadores, havia um sorriso de satisfação, de alegria por ter completado mais um rito, mais uma passagem.

Quando o sol decidisse aparecer, se de fato faria, não encontraria nenhum olho aberto, nenhuma comida.

Apenas as cinzas voando com o vento forte.

Espalhando tudo que eles haviam feito e refeito na noite anterior.

E tudo, sem exceção, estava renovado.

Pelo inverno, pelos kinsmenn....

Pelos ventos do norte.